domingo, 3 de abril de 2011

Inspirando as técnicas e explorando os ângulos

É impossível descartar do olhar a grandeza da arquitetura de Cachoeira. Andando por suas ruas históricas os prédios, muros, detalhes e o desbotado das ruínas apreendem a vontade de registrá-los: pensei então em trabalhar essa vontade nesta atividade de campo.


Não foi preciso caminhar muito para encontrar muitos elementos que dessem exemplos de noções de perspectiva. Dentre estes escolhi a balaustrada circular do Coreto da Igreja do Monte, na foto abaixo:


O dia estava quase ao fim, eram 17h, e a luminosidade do local não colaborava. Ainda assim preservei o uso do ISO 200

e uma velocidade média de 1/125s. O que não me satisfez...

A exposição ainda não era suficiente para captar as cores do objeto. A imagem ficou escurecida pelas sombras da árvore que fica atrás do coreto e também da própria igreja (preservei ela em segundo plano para mostrar de que local se tratava), então resolvi utilizar de uma fonte de luz que preenchesse o que a luz natural já não permitia devido ao horário: é então que uso o flash. (Com isso aprendi mais uma lição: sobre a hora que não se deve sair para fazer determinadas fotografias). Explorando um pouco mais a noção da perspectiva, resolvi me posicionar de modo a ver aquela balaustrada de um novo ângulo, não mais aquele plano frontal, antes explorado; e o que é muito fotografado pelos seguidores da lei “aponte e dispare”. Vi então que a subida dos degraus do coreto tinha nas laterais os mesmos pilares, e que tinham uma composição que remetia a noção de profundidade. Preferi focar do último para o primeiro pilar, já que a objetiva que estava usando – EF-S 18-55 mm – tinha uma possibilidade de desfoque manual, que me permitia brincar com isso também. Mais uma vez, pelos mesmos motivos, recorri ao flash. Ainda assim começo a perceber que ele é um recurso que quase sempre nos faz perder muito dos tons interessantes da foto. Mas como tive que me ater ao ISO e à exposição recomendadas pela Profª. Alene Lins, tive de recorrer a isso. (Dúvida: posso ter mais liberdade de brincar com o par “velocidade-abertura” da próxima vez?) Enfim, nesta atividade de campo, acima de tudo tirei a lição de que o posicionamento do fotógrafo é o que faz com que a perspectiva atraia o olhar das pessoas para o objeto fotografado – diga-se assim um “novo objeto”. O ato de me agachar ou deitar; focar ou não; se posicionar em um ponto alto em destaque a outros fotojornalistas, certamente vai levar minha foto a “vender” melhor que as outras, já que essa, de imediato, é a que chama mais atenção do público.

Um comentário:

  1. Suas observações me fizeram 'viajar' no seu exercício de olhar Cachoeira sob diversas perspectivas.

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